sexta-feira, 16 de novembro de 2012


Comentário

A Web 2.0 e a BE 2.0
 
O texto sugerido para leitura obrigatória, constitui uma reflexão sobre a Web 2.0 e a BE 2.0. Anuncia o que todos sabemos: que a Web proporciona novas formas de comunicação e que é, cada vez mais, utilizada no mundo.

É evidente que na história da humanidade a tecnologia tem evoluído constantemente e conseguimos até fazer corresponder determinadas formas tecnológicas a épocas/tempos muito precisos. Na atualidade, com a possibilidade facultada pela internet de estabelecer ligação entre todos os computadores de mundo generalizou-se o uso da Web. Os conteúdos são disponibilizados de forma universal e os utilizadores têm a possibilidade de estabelecer interação entre si. Hoje, as pessoas estão ligadas em rede partilhando conteúdos e sítios web.

Neste texto e neste contexto é dado especial relevo ao papel dos atores, agora elementos centrais da tecnologia, e ao papel das escolas e bibliotecas, questionando sobre os novos serviços e funcionalidades que estas deverão proporcionar.

As escolas e as bibliotecas escolares, apesar de serem instituições onde as mudanças ocorrem lentamente, não podem deixar de alterar as suas práticas e proporcionar aos utilizadores a informação nos variados suportes que hoje existem. A biblioteca escolar tem que adaptar-se a novas formas de trabalhar, novas formas de comunicar, novas formas de cativar… O próprio Manifesto da IFLA/UNESCO (2000, 1) já definia como missão para as bibliotecas escolares a promoção de “serviços de apoio à aprendizagem e livros aos membros da comunidade escolar, oferecendo-lhes a possibilidade de se tornarem pensadores críticos e efetivos utilizadores da informação, em todos formatos e meios”.

Continuando este raciocínio chegamos ao conceito de Biblioteca 2.0 que, segundo o autor, deve-se à expressão Library 2.0, referida pela primeira vez por Michael Casey no blogue LibrayCrunch (http://www.librarycrunch.com) em 2005.

                    Mas afinal o que é uma Biblioteca 2.0? A primeira imagem de biblioteca inserida na nossa memória é constituída apenas por uma coleção de livros físicos. Com a evolução da tecnologia foram-se juntando à coleção os documentos vídeo, áudio e virtuais. Segundo David Lee King, citado pelo autor que refere o esquema “as ondas da Bbilioteca2.0”, a biblioteca tradicional tornou-se biblioteca 2.0 porque conseguiu adaptar-se ao novo paradigma da Sociedade do Conhecimento (paradigma que privilegia o saber usar as tecnologias, com o propósito de pesquisar a informação que pretende, à acumulação de conhecimentos defendida pelo paradigma anterior).

Segundo David Lee King, diz-nos o autor, as bibliotecas alteraram a sua base de interação e comunicação com os utilizadores ao começarem a utilizar correio eletrónico, blogues, facebook, entre outros. Simultaneamente foi surgindo um “outro tipo” de coleção. Aos documentos físicos, juntaram-se os documentos digitais, áudios e vídeos e as bases de dados. As bibliotecas ofereceram um serviço à distância aos utilizadores, de qualquer computador passaram a ter acesso à sua biblioteca e puderam interagir com os recursos humanos da mesma.

 O que, muito sinteticamente, acabámos de referir encontra suporte no que preconiza Maness (2006), citado no texto que estamos a abordar, sobre o que entende serem as características principais que definem a biblioteca 2.0. A saber: deve ser Centrada no utilizador (nas suas necessidades), deve Disponibilizar uma experiência multimédia (disponibilizando as novas tecnologias), deve ser Socialmente rica (implicando o utilizador na utilização /rentabilização das ferramentas digitais) e deve ser Inovadora ao serviço da comunidade (melhorar os serviços que disponibiliza e constitui-se como um local de informação e comunicação de excelência). Para que a sua existência seja efetiva e profícua, é necessário algo mais. Antes de mais é fundamental estarem apetrechadas ao nível tecnológico e, talvez o mais importante, contar com uma equipa de profissionais informada e conhecedora das recentes inovações tecnológicas.

Penso que ainda temos algum caminho por fazer. A leitura do estudo O impacto da Web 2.0 nas Bibliotecas Escolares das escolas secundárias do concelho de Lisboa, de Thiago Mota Cunha, Marina Barros Figueiredo, permitiu-me concluir que em 2009 cerca de 93% das BEs portuguesas (escolas secundárias) possuíam computadores com acesso a internet (o é da minha inteira responsabilidade). O que se pode concluir é que há três anos é que as bibliotecas, das escolas secundárias, tiveram o acesso à internet. E as outras? Existe todo um universo de alunos, desde o Jardim de Infância ao 3º ciclo, que não estão contemplados nesta realidade. A experiência quotidiana diz-nos que também estes alunos aderem com muita facilidade aos ambientes digitais como blogues e redes sociais. É, pois, necessário apetrechar convenientemente todas as bibliotecas escolares.

Mas não chega. Tal como     é defendido por Francisco Pereira, noutro texto colocado na plataforma, o Professor Bibliotecário tem que assumir novas competências. Deve ser eProfessor, deve conhecer e saber usar novas ferramentas on-line para atrair e incentivar os alunos. Mas deve, igualmente, saber divulgar a biblioteca.
Biblioteca que não se exista no ciber espaço, que não proclame “Quem sou?”, “O que faço?” é, praticamente, uma biblioteca inexistente.

Em jeito de conclusão:
A biblioteca deve adaptar-se ao novo paradigma da Sociedade do Conhecimento que pretende/defende novos modelos de aprendizagem e da construção do conhecimento. Hoje, para além de fomentar a leitura e competências leitoras, para além de formar leitores, a biblioteca deve ser capaz de preparar os alunos para o uso correto e seguro da Web, e o acesso correto à informação e de forma a transformá-la em conhecimento.
Os nossos alunos (os mais velhos) já conhecem e dominam as tecnologias, por isso, há que fomentar o seu sentido crítico para que o façam de forma segura.
Aos professores bibliotecários cabe a árdua tarefa, para alguns mais difícil do que para outros, de darem muitas das suas horas para se informarem e aprenderem a usar as tecnologias de última geração. É por isto que aqui estamos.

 

 

 


 

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